Tu que, como uma punhalada,
Em meu coração penetraste,
Tu que, qual furiosa manada
De meu espírito humilhado,
Fazer teu leito e possessão
- Infame à qual estou atado
Como o galé ao seu grilhão,
Como ao baralho o jogador,
Como à carniça ao parasita,
Como à garrafa ao bebedor
- Maldita sejas tu, maldita!
Supliquei ao gládio veloz
Que a liberdade me alcançasse,
E ao veneno, pérfido algoz,
Que a covardia me amparasse.
Ai de mim! Com mofa e desdém,
Ambos me disseram então:
"Digno não és de que ninguém
Jamais te arranque a escravidão,
Imbecil! - se de teu retiro
Te libertássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!"
O comércio é, na sua essência, satânico.
Para conhecer a felicidade é preciso ter a coragem de a engolir.
É preciso estar sempre embriagado. Para não sentirem o fardo incrível do tempo, que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso. Com quê? Com vinho, poesia, ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
Aos olhos da saudade, ah, como é pequeno o mundo
O amor é um crime que não se pode realizar sem cúmplice.
A música perfura o céu.
A Admiração começa onde acaba a compreensão.
Charles Baudelaire
Nenhum comentário , comente também!
Postar um comentário